segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sala de espera do Dr. King Kong, ou ainda, às vésperas de pagar um mico






Imagino que você já tenha passado por isso. 
Meu amigo também já passou. Na verdade, isso aconteceu hoje com ele. Após o episódio, resolveu me ligar pra compartilhar.
Após ouvi-lo, decidi nomear a experiência que ele viveu como "Sala de espera do Dr. King Kong".


Antes das 8 horas o telefone celular dele tocou. Depois de um final de semana de trabalho,  ele ainda estava dormindo. Não que se trate de uma prática tão pouco usual, ou seja, dormir até às 8 da manhã é algo recorrente em sua vida. Como forte argumento, ele sempre diz que funciona melhor à noite, inclusive pra trabalhar. 
Deixando a sessão de crítica pra depois, o fato é que o telefone tocou e ele resolveu atender de pronto. 
Isso não se faz.


Do outro lado da linha, uma cliente começa a falar sobre a possibilidade de confirmação de uma reunião. 
A cabeça do meu amigo ainda estava em "estado de economia de energia", mesclando trechos de um sonho já esquecido com os dizeres atuais que chegavam pelo telefone.
Por isso chamei o episódio de "Sala de espera do Dr. King Kong". Foi por pouco, mas muito pouco, que ele não pagou um senhor mico. 


Quando ela perguntou se seria possível fazer uma reunião com ele hoje, a confusão mental predominante o motivou a responder: "Como assim? Hoje é sábado!". 
Ele tinha certeza que era sábado. Por quê? Ah, sei lá, pergunte ao Freud ou ao Jung.
Só sei que, conforme a conversa fluiu e ele foi acordando, foi-se dando conta de que realmente foi na "traaaave", quase um golaço da patetice humana. 
Pensa numa situação ridícula: a cliente, ligada no 220 v, querendo marcar uma reunião com urgência, e o prestador de serviços, do outro lado da linha, achando que segunda-feira é sábado. No mínimo um débito de 50% da confiança e respeito poderia ter ocorrido sem choro nem vela.


Meu amigo ainda me lembrou que ele é um fervoroso adepto do pensamendo de L. Fernando Veríssimo, quando ele diz que "só é livre, verdadeiramente livre, quem não tem medo do ridículo". Mas o ridículo maior ele já tinha feito, ou seja, tentar fazer de conta, inclusive com a empostação da voz, que estava acordado há horas, e tentar fazer o interlocutor crer que ele não estava dormindo. O quinhão de ridículo já estava pago.
Aliás, antes de terminar a ligação, a cliente carimbou o recibo do ridículo. Ao se despedir, ela disse "desculpe-me por ter te acordado". Fon.


No entanto, e felizmente, ele consegui evitar o crédito mais significativo ao símio. 
Sendo assim, cuidado, muito cuidado, ao decidir atender ao telefone sem uma verificação anterior do estado de capacidade e lucidez mental. 
Você pode criar problemas sérios para a sua vida pessoal, profissional e social. 
Afinal, nem sempre (ou quase nunca) o que, ou ainda mais perigoso, quem, habita os seus sonhos, te liga às 8 horas da madrugada. 
Ufa!

Um comentário:

  1. Gente.... Não se liga para ninguem antes das 10:00 horas da manhã pelo amor né??

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